Crise da meia idade - isso existe mesmo?

            Quantas almas femininas foram oprimidas, quantos homens foram esmagados por expectativas e papeis que não ofereciam nenhuma expressão à infinita variedade da alma? Neste novo século vivemos duas vezes mais e precisamos viver de forma mais consciente. Quem sou eu além dos papéis que venho desempenhando? Na meia idade damos um passo atrás e fazemos tal pergunta de forma comprometida. Precisamos ter vivido tempo suficiente para ver que construímos padrões em nossas vidas, padrões em relacionamentos, no trabalho, e muitas vezes padrões autodestrutivos, que minam nossos melhores interesses.

A crise da meia idade

     Não importa o debate, quase não há dúvida de que várias agitações e confusões ocorrem na segunda metade dos 30 anos até a primeira metade dos 40 e poucos anos. Uma das razões para esse “distúrbio” se manifestar nessa idade é que a pessoa tem de estar separada dos pais tempo suficiente para estar no mundo, bem como para fazer escolhas e ver o que funciona. Nessa idade a pessoa é capaz de refletir sobre si e de arriscar-se a alterar escolhas.

Como começa?

     Sofrimento da meia idade, quando derivado de mecanismos interiores, muitas vezes se apresenta primeiro à consciência, no contexto externo dos relacionamentos íntimos, depois à carreira profissional, e então a sintomas mais pessoais como a depressão. O relacionamento íntimo é especialmente afetado, por ser portador de nossa mais profundas expectativa por um lar, pela confirmação de nossa identidade, por cuidados e proteção. Quando o tempo passa, nossos parceiros revelam-se falhas e mortais, como nós nos revelamos para eles, e os culpamos quando nossos scripts projetados se desgastam e deterioram em conflito.

O que fazemos? 

Construímos uma linha de defesa para a mudança de direção:

1.      Negação (negamos nossos sentimentos)

2.      Reviver os próprios esforços a serviço do velho plano (tenta, insiste novamente naquilo que não vai trazer a felicidade de volta)

3.      Projeção nova: um novo emprego (se eu mudar de emprego, mas continuar fazendo o que sei fazer (não o que gostaria de fazer...) ou um relacionamento melhor (alguém mais compreensivo(a)), vício (bebidas) ou caso amoroso (sexo mais intenso);

E o que deveríamos fazer?

4.      Após terem tentado todas as anteriores, admitir o fracasso e relutantemente começar a terapia.

Temos enormes expectativas de que uma bem-sucedida carreira profissional nos fornecerá satisfação. Na segunda metade da vida, nos vemos trabalhando para essa carreira com satisfação decrescente mesmo quando alcançamos nossos objetivos. A psique está sempre falando, e seu anseio se manifestará primeiro como tédio, depois como aborrecimento, então como uma resistência interior aos nossos scripts conscientes, e finalmente como uma erupção de sentimentos e comportamentos invasivos: sono interrompido ou hábitos alimentares irregulares, a sedução de um caso amoroso, sonhos perturbadores, automedicação. James Hollis Encontrando Significado na Segunda Metade da Vida

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