Não fui de táxi
Como uma boa
matogrossense sempre questionei a veracidade da informação divulgada pela mídia
de que o aeroporto de “Cuiabá” era o pior do país. Pensava comigo: falam isso
porque a capital não tem aeroporto, Várzea Grande é que possui.
Em Março deste ano o
Senador Pedro Taques chegou a dizer que, quando alguém sai do aeroporto
Marechal Rondon, tem-se a impressão de estar em Cabul, capital do Afeganistão.
Eu achei um exagero...
Fato é que no feriado
prolongado da Proclamação da República no ano passado, quando eu e meu marido,
retornávamos de um congresso tivemos que voltar para casa arrastando as malas.
Moramos acerca de 2 quilômetros do aeroporto então encaramos uma árdua
caminhada pela avenida Arthur Bernandes.
Não foi economia. As
malas estavam pesadas, cheias de livros adquiridos durante o congresso, mas os
táxis não conseguiam chegar ao terminal porque um carro resolveu parar em lugar
proibido e um ônibus, não tendo espaço para passar, inviabilizou o acesso de
qualquer outro veículo até a frente do aeroporto.
Além disso, muitos
carros particulares de familiares de passageiros também não conseguiam chegar ao
terminal.
Haviam mais de 70
chamadas por táxis, as pessoas estavam
impacientes, cansadas e não viam perspectiva de ir embora para suas
casas.
Mas isso não é problema
do aeroporto, faltam “amarelinhos” ou outra categoria que organize o trânsito
em Várzea Grande. Verdade. Mas vou contar outro episódio acontecido
recentemente: às vésperas do último
feriadão fizemos outra viagem e dessa vez o voo saía de madrugada, então,
resolvi poupar os parentes do incômodo de ter que nos levar ao aeroporto.
Logo que despertamos,
percebemos que chovia e mais que depressa ligamos para 5 rádio táxis existentes
na cidade. Não conseguimos um só carro. Indaguei se era por causa da
proximidade com o aeroporto e a atendente disse que não, deveria ser por causa
do mau tempo.
Meu marido se habilitou
a me deixar no terminal em companhia do meu filho, as três malas, mochila,
valise, bolsa que guarda câmera, jaquetas e retornar com o carro para casa e ir
caminhando... bom... não foi o caso, ele teve que correr até o aeroporto.
Quando ele nos deixou
na frente do aeroporto que não tem um lugar apropriado para descarga de
bagagem, as malas caíram no chão e advinha? O asfalto era só lama em razão das
obras da COPA.
Bom, daí para frente eu
comecei a concordar com o senador porque me senti em Cabul. Os passageiros que
estavam na fila se esquivavam de nós para não correrem o risco de terem suas
roupas sujas e a atendente do balcão da companhia aérea olhou para as malas e
para mim com cara de nojo.
Os 15 principais
aeroportos do país foram avaliados pelos passageiros em pesquisa de indicadores
de desempenho realizada pela Secretaria da Aviação Civil (SAC-PR). Ao todo,
foram avaliados 41 itens, que vão desde o meio de transporte usado para chegar
aos terminais até o atendimento recebido na imigração ou aduana.
Cerca de 70% dos
passageiros usam táxi. Outros 13% chegam de ônibus, e os demais vão em outros
meios como metrô e trens. A curiosidade fica por conta de Brasília, onde 9 em
cada 10 passageiros usam o táxi como meio de transporte.
Se meu marido fosse
entrevistado, a curiosidade ficaria por conta de Várzea Grande: vou correndo!
Tânia Regina de Matos é
Defensora Pública em Várzea Grande
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