Por que você se esconde dos outros e de si mesmo?
Segundo James Hollis (2011) nós aprendemos a dissimular desde cedo. Quando adolescentes aprendemos que revelar o amor, a dor, nos deixa vulneráveis. A maioria das crianças aprende a se proteger, a buscar a satisfação de suas necessidades ou não. Algumas vezes as crianças perdem completamente o contato com suas necessidades e gastam uma vida de adaptações às exigências daqueles à sua volta. Por isso, tantos de nós vivem como estranhos a si mesmos. A mensagem da impotência é aprendida em excesso e a pessoa sente pouca permissão para expressar-se diretamente. Quando adulto, o que era amabilidade ou gentileza torna-se uma responsabilidade inaceitável. A alma sempre reage mais cedo ou mais tarde.
Aprender a ser honesto e parar de se esconder requer enorme
coragem, especialmente dado o fato de que o reflexo adaptativo, isto é, o
complexo, está conectado a um lugar onde grande perigo espreita. Muito
frequentemente uma pessoa, em defesa do velho complexo, converterá a fala
honesta em seu oposto, temendo o egoísmo, em vez de vê-lo como expressão
autêntica de sua alma. É o famoso dizer SIM, com vontade de falar NÃO. Como
todo crescimento requer enfrentar o que tememos, aprendemos padrões que nos
protegem contra o medo. Se não pudermos dizer a verdade, a nossa verdade, a nós
mesmos, seremos incapazes de dizê-la ao mundo. Dizê-la ao mundo requer que a
pessoa aprenda a dizê-la primeiro a si mesmo, e então perceber que ela é quem
somos. Negar a verdade complexa que personificamos é mais que um trauma pessoal
é um trauma para o mundo por nossa recusa em participar nele, uma relutância em
adicionar nosso aspecto único ao todo. Visto por este prisma, ela pode
estimular cada um de nós a arriscar uma exposição maior de quem somos, porque
fomos trazidos aqui para adicionar nossa pequena porção de verdade ao mundo,
nossa peça colorida de modo único no mosaico maior do ser.
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