Um advogado pacifista
"Minha devoção à Verdade me conduziu à política; e posso dizer sem nenhuma dúvida, ainda que com absoluta humildade, que aqueles que afirmam que a religião não tem nada a ver com política não sabem o que significa religião”.
A frase acima
é de autoria de Gandhi, nascido em 1869, líder de uma revolução não violenta de
homens e mulheres sem poder que se opuseram ao colonialismo britânico e
conquistaram a independência dos povos indianos.
Gandhi era adepto da filosofia satyagraha (sat: verdade ou amor, agraha: firmeza ou força). Apesar de pacifista, sua
figura tem sofrido críticas em razão de estudos e evidências de prática de racismo,
machismo e desprezo pela casta mais humilde da Índia.
Aos 19 anos, casado e com filhos, mudou-se
sozinho para Londres a fim de estudar direito. Concluído os estudos retornou ao
país de origem para exercer sua profissão, mas em virtude de sua timidez não
teve êxito. Recebendo oferta de trabalho na África do Sul (colônia inglesa)
novamente deixa mulher e filhos na Índia com o objetivo de começar uma carreira
em outro país.
Na
África do Sul, Ghandi sofre preconceito racial e então desenvolve um método de
protesto não violento durante os 21 anos em que lá permaneceu. Retornando a Índia
com vasta experiência, retoma seu ativismo político após o fim da Primeira Guerra
Mundial para libertar seu país do domínio colonial britânico.
Ações que
instigavam os indianos a desobediência civil e incentivavam a fabricar sua
própria roupa para evitar o comércio dos britânicos fizeram parte da estratégia
de Gandhi na luta contra a Inglaterra.
O
ápice de sua atuação aconteceu em 1930, quando, acompanhado por adeptos, o
advogado marchou cerca de 300 quilômetros em direção ao mar para obter sal, que
era monopolizado pelos britânicos. Este episódio ficou conhecido como a Marcha
do Sal e resultou na revogação da lei do monopólio.
A força do movimento social e
político de Gandhi está na estratégia não violenta da conquista do poder, um
método para transformar as relações sociais e as relações de poder,
transferindo o poder ao povo.
Tânia
Regina de Matos é defensora pública de segunda instância, membro do GAEDIC-Mulher
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