Genocídio do povo negro
Por Tânia Regina de Matos
A cada duas horas, sete jovens negros são assassinados no Brasil. Na região nordeste, os jovens negros têm cinco vezes mais chances de serem assassinados que jovens brancos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A Bahia é hoje o 5º estado com maior taxa de homicídios no país. O quadro de genocídio do povo negro foi denunciado em audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), no dia 20/03/2015, em Washington.[1]
Segundo Abdias
Nascimento, o genocídio do povo negro está amplamente documentado e explicado
pelos melhores e mais insuspeitos historiadores. A Abolição, por si mesma não
pôs fim, mas agravou e intensificou o genocídio, pois, o povo negro foi
condenado à periferia da sociedade de classes, como se não pertencesse à ordem
legal. Genocídio é o extermínio moral e cultural deliberado de um grupo étnico,
que teve sequelas econômicas e demográficas (NASCIMENTO, 1978). A notícia
trazida no primeiro parágrafo demonstra que o Brasil ainda sofre as
consequências da abolição realizada sem planejamento, sem políticas de
inclusão, feita sob pressão de países que queriam ampliar sua rede de
consumidores. O genocídio de jovens negros brasileiros mesmo após ter sido denunciada
na Comissão Interamericana de Direitos Humanos segue acontecendo porque mesmo
após a implantação de ações afirmativas como forma de reparação a esse grupo
historicamente vulnerabilizado, estas, ainda não conseguiram abranger a
totalidade da população que vem sofrendo as agruras da discriminação racial
implantada em nosso país desde a colonização.
[1] Genocídio
do povo negro é denunciado na Organização dos Estados Americanos (OEA) em ihttps://www.global.org.br/blog/genocidio-do-povo-negro-e-denunciado-na-organizacao-dos-estados-americanos-oea/
acesso em 09/11/2023
NASCIMENTO, Abdias. O GENOCÍDIO DO NEGRO BRASILEIRO PROCESSO DE UM RACISMO MASCARADO (1978), Editora Paz e Terra, RJ.
Comentários