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Mostrando postagens de outubro, 2021

O PERIGO DOS MITOS VIVOS

 “Aqueles mitos que serviram a sociedades antigas surgiram de encontros na experiência tribal coletiva e na privacidade do medo pessoal.  A tendência de nosso ego de apoderar-se da imagem e mantê-la cativa de nossa pauta por segurança leva ao mais velho pecado da religião, o pecado da idolatria.  O mistério vivo é reforçado num conceito, numa crença em vez de uma experiência, e perde o vigor do mistério. Então a pessoa é deixada somente com os artefatos da crença (que precisam ser repetidamente reforçados, como nos reavivamentos religiosos ou nas concentrações de torcida esportiva), mas não a experiência viva (se percebe na fala dos que se dizem cristãos: há julgamento em relação àqueles que têm vícios, por exemplo e além de defender o armamento da população).  Embora tenhamos sofrido a perda dos velhos mitos tribais, em geral, não podemos manufaturar novos. Visões utópicas aparecem de tempos em tempos e nunca são bem-sucedidas no teste da vida real, porque vêm somente das “boas intenç

IGNORAR OS DEUSES É O PIOR DOS "PECADOS"

  “Todas as grandes tradições religiosas ensinam que ignorar os deuses é o pior dos pecados. Então sustentam que ignorar as energias que eles personificam libera dinâmicas autônomas que se provaram perigosas à humanidade. Como Jung sugere, tais energias profundas – ignoradas, projetadas, transformadas em doença física – tornam-se neuroses, ou pior. Fobias, obsessões, humores públicos que irrompem em entusiasmos ou ataques incontroláveis de violência são ilustrações dos poderes perniciosos dessas forças negligenciadas. Este século, começado com tanta esperança de progresso, de cura e de solução de antigos flagelos da humanidade, tornou-se o mais sangrento da história. As neuroses de políticos personificaram e canalizaram as dinâmicas inconscientes da população e levaram a mais “possessão” assassina que as atribuídas a Satã durante a Idade Média. As distrações e seduções da mídia popular – jornais, revistas filmes e a maioria dos programas de televisão – disseminam muita informação, ma

Primeira Ministra de Barbados na ONU

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"Se eu usar o discurso preparado para fazer hoje, será uma repetição”, disse ela. “Uma repetição do que você ouviu dos outros e também de mim. Eu não posso fazer esse discurso. Não vou repetir minhas declarações de anos anteriores. Porque? Porque não seguimos em frente. Não movemos uma agulha! Estamos esperando, esperando uma liderança estratégica moral global. Quantas crises mais precisam acontecer antes de vermos que o sistema internacional se divide, não se eleva? Quantas variantes do Covid-19 devem chegar antes que um plano de vacinação mundial seja implementado? Quantas ondas mais devem ocorrer antes de acreditarmos genuinamente que nenhuma está segura até que todas estejam seguras? US $ 100 bilhões não são suficientes”, disse ela, referindo-se às promessas dos países em desenvolvimento de fornecer dinheiro anualmente aos países mais pobres para ajudá-los a administrar os efeitos do aquecimento global. “Se não controlarmos este fogo, ele vai queimar todos nós.” Mottley também

A figueira seca e a individuação

             Nunca fez tanto sentido para mim a Parábola da Figueira Seca ao ler o significado da palavra “individuação”. Individuação é o processo pelo qual uma parte do todo se torna progressivamente mais distinta e independente ; diferenciação do todo em partes cada vez mais independentes.              Para quem acredita em Deus ou em um Poder Superior, ou Absoluto, deve sentir que Ele nos intima a uma vida mais ampla, convidando a nossa consciência a manter um relacionamento mais cuidadoso com nossa jornada. Se estivermos a serviço da nossa alma, raramente poderemos estar a serviço do rebanho.              James Hollis, analista junguiano, afirma que não podemos servir a dois senhores sem pagar um preço excruciante. Se de fato desejamos uma existência ampliada, nossa missão é contribuir com nossa sociedade e nossas famílias, e partilhar com os outros. Nesta linha de raciocínio, o autor aborda a individuação, explicando que ela nos afasta do rebanho, do coletivo, mas ao mesmo t