ALERTA PARA AS MULHERES: a reposição hormonal e o fantasma do Alzheimer
“No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pau duro, mas eles não se lembrarão para que servem.” Drauzio Varella
Segundo um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a autonomia emocional e financeira é um dos fatores mais importantes para a manutenção da saúde física e mental na terceira idade e para diminuir os riscos de sofrer de certos males como o Alzheimer.
A doença é consequência da perda progressiva de neurônios, provocando demência, diminuição da memória e prejuízo da orientação temporal e espacial. É mais comum à medida que a idade avança, atingindo 0,6% da população acima de 65 e 69 anos e cerca de 25% das pessoas com mais de 80 anos. O mal de Alzheimer vitima cerca de três vezes mais mulheres do que homens pelo simples fato de que as mulheres vivem mais. Como não existem métodos que permitam o diagnóstico definitivo, os médicos avaliam o avanço dos sintomas de demência por meio de testes neuropsicológicos e exames que medem a irrigação sanguínea do cérebro.
O mal de Alzheimer não tem cura, mas os remédios usados no tratamento retardam a progressão da doença. O tratamento feito à base de remédios (caríssimos) serve apenas para controlar a doença e oferecer uma qualidade de vida um pouco melhor ao(a) portador(a), amenizando o sofrimento da família.
A farmácia de alto custo deve oferecer gratuitamente o medicamento, mas, existe um protocolo do Ministério da Saúde editado em 2002 que restringe o fornecimento àqueles(as) pacientes que ainda estiverem respondendo ao tratamento. A forma encontrada para saber se o(a) paciente ainda está respondendo ao tratamento é submetê-lo(a) a um exame chamado menimental. Este exame parece um teste psicotécnico e é aplicado pelo neurologista que acompanha o(a) doente.
Ocorre que no início da doença o(a) paciente ainda consegue responder a algumas perguntas do teste, mas com o passar do tempo ele perde totalmente a referência. Conclusão: o fornecimento do remédio é interrompido respaldado pelo referido protocolo e a qualidade de vida do (a) doente decai muito, pois, ele(a) deixa de falar, de controlar suas necessidades fisiológicas, perde a coordenação motora, não consegue banhar, vestir e nem comer sozinho.
Muito embora a Medicina tenha avançado nos últimos cinco anos, o tal protocolo continua em vigor causando transtornos aos familiares do(a) portador de Alzheimer e prejudicando o tratamento da doença.
Quem não possuir R$355,00 (trezentos e cinqüenta e cinco Reais) para adquirir uma caixa do remédio que dura 28 dias, não tem como cuidar do(a) doente. É impossível! O(a) portador(a) precisa de atenção vinte quatro horas por dia. Não pode ficar só. Precisa de dama de companhia, fraldão, luvas higiênicas, material de limpeza, alimentação diferenciada, roupas adequadas, uma casa adaptada à realidade do doente (piso antiderrapante no banheiro, etc).
E não é só isso.
Um estudo colocou na berlinda a terapia de reposição hormonal (TRH), indicada para combater os sintomas da menopausa. Divulgada na revista da Associação Médica Americana, uma das publicações mais prestigiadas da comunidade científica, a pesquisa mostrou que o tratamento pode dobrar o risco de se desenvolver o mal de Alzheimer ou outras doenças associadas à demência em mulheres com mais de 65 anos.
Portanto, se você é mulher, mesmo jovem, comece a se preocupar com isso, porque você ou alguém de sua família pode desenvolver mal de Alzheimer.
Tânia Regina de Matos
É filha de portadora de Alzheimer
Comentários