Dia Internacional contra a violência de gênero


Será amanhã, dia 25.

Uma intensa programação foi elaborada para lembrar a data que também se refere ao Dia Internacional da não violência contra a mulher. A propósito a imagem de ser mulher e de ser homem é uma construção social que se aprende e que, ao contrário do sexo, não é imutável: varia de acordo com a época, o grupo regional, étnico, econômico etc. E é essa construção que chamamos de gênero.

Desde que homens e mulheres começaram a viver em sociedade, as mulheres são discriminadas.1

Nas sociedades primitivas as mulheres eram consideradas moeda de troca.2

No ano 7000 a.C os homens começaram a perceber que possuíam função na reprodução. Data deste momento o início do controle da sexualidade feminina e surgimento do casamento. As mulheres passaram a ser vista como propriedade dos homens.3

Durante os séculos V e VI, na Grécia, a mulher era excluída da vida pública e confinada ao interior da casa. O homem tinha o direito de matar a mulher se a considerasse infiel. Neste período as mulheres pobres eram incapazes de pretender um marido.4

No século XII, as mulheres começaram a se rebelar de modo mais sistêmico contra a ordem masculina. Algumas freqüentaram universidades. Na Itália, no século XVII três mulheres intelectuais se despontaram como precursoras do feminismo...5

FEMINISMO – BUSCA QUE MULHERES E HOMENS COMPARTILHEM O PODER NA SOCIEDADE, E NÃO QUE O PODER SEJA APENAS DAS MULHERES.6

...Moderata Fonte denunciou a situação das donas-de-casa de sua época (falta de instrução e liberdade). Lucrecia Marinelli defendeu igualdade entre os dois sexos. Arcângela Tarabotti denunciou inferioridade das mulheres. No final da idade média Cristine de Pisan faz frente à subordinação imposta pela Igreja. Pode ser considerada uma das primeiras feministas. Escreveu Cidade de Mulheres defendendo igualdade entre homens e mulheres e educação para ambos. Alguns teólogos afirmavam que a mulher era uma prova da existência do Diabo e que era desprovida de alma.7

Do século XIV até o século XVIII aconteceu o fenômeno da Caça às Bruxas. A prática da feitiçaria era uma imputação aplicada a homens e mulheres, mas muitos estudiosos calcularam que para cada 10 mulheres, matava-se 1 homem. Essa preferência por torturar, queimar, exterminar mulheres pode ter acontecido graças àquela mentalidade espalhada pela Igreja a respeito da feminilidade.8

Em 1791 Olympe de Gouges publicou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, proclamando que as mulheres possuíam direitos naturais como os homens e, portanto, deveriam ter inserção na vida política e civil. Mas os líderes revolucionários restringiram os ideais da revolução – igualdade, liberdade e fraternidade – aos homens. Em 1793 o Parlamento rejeitou a proposta e Olympe foi guilhotinada, sob a acusação de ter querido ser um homem e ter esquecido as virtudes próprias de seu sexo.9

Com o capitalismo, século XIX, uma líder operária Jeanne Deroin elaborou um projeto de uma União das Associações de Trabalhadores, que deu origem ao que hoje conhecemos como sindicatos. Jeanne e seus companheiros foram presos e estes para não correrem o risco de desmoralizar o movimento operário por ter uma mulher como líder, pediram-lhe que ocultasse que a autoria do projeto. Temendo prejudicar o nascente movimento Jeanne dobrou-se ao preconceito.10

A marca da primeira onda feminista é a luta pelo direito do voto feminino no século XIX que ocorreu nos Estados Unidos e Europa. Em nosso país iniciou-se em 1910, quando a professora Deolinda Daltro fundou, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino. Em 1919 Bertha Luz* fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher. Em 1934 conquista do voto feminino.11

Em 1964 com o golpe militar, fecham-se os canais de participação para as mulheres e para todos os movimentos sociais.12

Em 1975 o feminismo ganha novo impulso. Em 1980 aumenta a participação das mulheres no sindicalismo. Instala-se Conselhos Estaduais e Delegacias da Mulher. Surgem Grupos de estudo de Gênero. Em 1990 reconhecimento da pluralidade das mulheres e grupos, surgem casas de apoio para mulheres, redes feministas. Movimento de mulheres ganha espaço nas conferências da ONU.13

E de lá para cá as mulheres passaram a se organizar e a cobrar dos poderes constituídos maior igualdade e melhores condições de vida.

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11 a 14 Auad, Daniela. Feminismo que história é essa?

Comentários

vania janones disse…
BOM DIA , PARABENS POR SUA LUTA E SEU APOIO AS MULHERES .sou coordenadora d epoliticas publicas para mulheres de TANGARA .
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http://mulheresdeatitudetangaradaserra.blogspot.com
vaniajanones@hotmail.com

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