Campanha Internacional para enfrentar a banalização da violência contra as mulheres


Rede Feminista de Saúde participa, em Bogotá, da reunião da campanha
internacional para enfrentar a banalização da violência contra as mulheres

A Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos participa de 6 a 9 de fevereiro em Bogotá, Colômbia, de uma reunião da campanha internacional We can stop Violence Against Women (Nós podemos parar com a violência contra as mulheres) idealizada para enfrentar a banalização da violência de gênero contra as mulheres. A We can - Nós podemos – é, portanto, um desafio e uma proposta de mudanças nos padrões culturais calcados neste tipo de violência. As representantes brasileiras nesse evento, que terá a coordenação geral da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC), serão Telia Negrão, secretária executiva da Rede Feminista de Saúde e Marlene Libardoni, coordenadora da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Telia é também integrante do Conselho Diretor e do Comitê Editorial da RSMLAC.


Quem promove
- A Campanha é promovida pela Oxfam e Novib, organizações da Inglaterra e Holanda, que atuam em vários continentes. A partir deste ano, a We Can passa a ser expandida pelos países da América Latina e do Caribe, através das redes que atuam no campo da saúde e da violência contra a mulher. O encontro das lideranças feministas em Bogotá servirá para elaborar a metodologia de trabalho e definir os focos da campanha, bem como o desenvolvimento de ações conjuntas em todos os países latino-americanos e caribenhos.
O objetivo é desconstruir o alto nível de aceitação social, de naturalização e de banalização da violência contra as mulheres e meninas, para que seja possível promover mudanças sociais e culturais e de comportamento dirigidos à erradicação das diversas expressões de violência de gênero.
A Campanha vai também tratar do problema da violência nos meios de comunicação e publicidade, dos serviços de saúde, das leis ainda presentes em alguns países que discriminam as mulheres ou as consideram incapazes. A pornografia e outras manifestações de violação também serão observadas.


O poder masculino
– De acordo com Telia Negrão, grande parte dos países da América Latina e do Caribe conta com legislações específicas nesta matéria, instâncias de denúncias, protocolos e equipes especializadas para atenção às vítimas. Avanços que foram atingidos no marco das convenções internacionais, em especial da Convenção de Belém de Pará que visa Punir e Erradicar a Violência Contra as Mulheres (1994). No entanto, prossegue a Secretária Executiva da Rede, “esses mecanismos legais não têm conseguido alterar substancialmente os padrões culturais calcados no machismo e no poder violento masculino sobre a vida das mulheres”.
Calcula-se hoje que cerca de 70% dos casos de mulheres atendidas retornam as situações de violência no entorno doméstico, pois nem as medidas cautelares, nem as abordagens têm atingido de fato o conjunto da sociedade. Estas formas de violência serão observadas pela Campanha, como mais agravadas, quando as mulheres se encontram em contextos sociais e econômicos de exploração, exclusão e racismo. Telia acredita que esta campanha harmonizada em toda a região latino-americana e caribenha, possa obter maior visibilidade e sensibilizar sociedade para incorporar a luta das mulheres pelo fim das violências de gênero.

Parabéns Télia e Marlene, espero que a campanha seja um sucesso!

Comentários

Lia Noronha disse…
Tânia: já passou da hora das mulheres darem um basta...a tanta violência!!!
Td d ebom pr avc nesse começo de fim de semana.
Abraços e obrigada pelo carinho no meu Cotidiano.
Tânia Defensora disse…
Oi Lia!
Eu também penso que o momento de nos impormos é esse.
Obrigada pela visita.
Luma Rosa disse…
As mulheres que criam meninos, deveriam ter auto estima suficiente para passar aos filhos o valor da mulher. Tudo começa em casa, não é?
Tânia, obrigada pelo mimo!!
Beijus
Tânia Defensora disse…
Oi Luma!
Você tem razão. Tento educar meu filho dentro dessa orientação.
Quanto ao mimo, não é mimo é verdade!
Beijo
Maria Fernanda disse…
Nossa que campanha bacana, demos que apoiar essas iniciativas....
bjs
Tânia Defensora disse…
Oi Fernanda!
Pois é, não só apoiar como ajudar a divulgar.
Abs
Anônimo disse…
Admiro a iniciativa do blog,mas de uma forma geral,tenho observado que o feminismo tem se concentrado nas atitudes masculinas e não nas femininas,em relação ao machismo.Se nós mulheres não mudamos de mentalidade,como iremos conseguir nossos direitos? Vejo o quanto feministas se esforçam e o quanto mulheres tacam pedras e debocham da causa.

O que fazer então?

abraços,
Eloísa.

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