Consumo Consciente





A Sam convidou para participar de uma blogagem coletiva sobre consumo consciente.

Fiquei pensando o que falar sobre este assunto em época de consumismo exacerbado. Nem mesmo a queda da bolsa e a conseqüente crise econômica tiveram o poder de diminuir as compras de Natal.

Os shoppings continuam abarrotados de gente. Até os populares seguem a regra. Não tem lugar para estacionar e ainda que você vá de ônibus, não dá para andar lá dentro em razão do número enorme de pessoas sedentas em comprar. E olha que aqui em Cuiabá a temperatura média é de 35 graus, com sensação térmica de 40, pois, não há ar condicionado nesses camelódromos.

Bem, mas para falar com propriedade sobre “consumo consciente” penso ser imprescindível viver uma experiência real de falta de algo necessário para sua sobrevivência.

Eu passei por essa experiência há poucos dias.

Moro num condomínio com apenas 14 casas e água que o abastece é proveniente de um poço. Para que o líquido chegue até às nossas residências, ele passa por um filtro e depois é conduzido através de uma bomba para um reservatório.

Durante uns dez dias tivemos problemas com a bomba e houve um vazamento na caixa d’água, o que inviabilizou o fornecimento.

Imagine uma casa sem limpar, um monte de louças sujas em cima da pia, banheiro sem descarga, roupas amontoadas do lado da máquina e você suado(a) sem poder tomar banho?

Pois é! Eu passei por isso. Quando pensava em reclamar assistia aos jornais falando da total falta d’água, inclusive, para beber em Santa Catarina... deixava para lá e com o pouquinho armazenado em baldes, conseguia manter a casa em ordem e o corpo apresentável.

Depois que o abastecimento regularizou-se, eu passei a dar mais valor esse bem esgotável.

Consumir de forma consciente para quem tem dinheiro sobrando no bolso é algo inimaginável para mim. Com todo respeito, não creio que isso aconteça na prática. O discurso é ótimo, mas dizer não a um filho que pede um determinado presente de Natal é uma tarefa difícil.

Meu filho pediu uma bicicleta nova, mas eu e meu marido dissemos não por questão de educação e de impor limites. A bicicleta antiga está em bom estado de conservação e ainda é compatível com o tamanho dele. Será que isso pode ser chamado de “consumo consciente”? Fazer a criança comer tudo que está no prato é “consumo consciente”? Impedir que a criança troque de roupa a todo momento é “consumo consciente”? Ensinar a criança a zelar dos brinquedos que ganha é “consumo consciente”? Eu penso que ensinar a criança a economizar é ensiná-la a consumir conscientemente.

Comentários

silvioafonso disse…
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MEUS FILHOS, MINHA NOVA EDIÇÃO, MELHORADA.

Eu criei meus filhos com este propósito; respeitar os limites. Só que eles cresceram, como eu cresci, um dia. A minha formação eu lapidei indo à escola e conversando com pessoas conscientes, mas a minha felicidade, como a dos meus filhos, talvez não fosse encontrada seguindo os caminhos que eu tracei para eles e os meus pais e professores indicaram para mim, e isso faz diferença. Todos aplaudem a idéia da reciclagem e da cidadania, mas quem guarda no bolso ou segura, por quanto tempo, um papel de bala estando numa praia ou em qualquer um outro lugar onde a lixeira não é encontrada?
A educação é dada e entendida, mas nem sempre se vê usada em todos os sentidos.

Desculpe a invasão e obrigado pelo espaço.

silvioafonso.



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samegui disse…
Tânia
obrigado por participar da blogagem.
Claro que educacar os novos consumidores e cidadãos é uma das melhores formas de se criar uma nova consciência de consumo. Parabéns!
Feliz ano novo para vcs, meus amigos, e que em 2009 possamos finalmente fazer a reunião de famílias que estamos ensaiando!

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