DOIS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA TRATADOS PELA IMPRENSA COMO SIMPLES CASOS DE POLÍCIA
TRIPLO HOMICÍDIO
Três pessoas foram mortas a tiros dentro da própria casa no bairro Passaredo, em frente ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Coxipó. O atirador foi o ex-marido de uma das vítimas. Moacir Júnior não aceitou a separação e está foragido da Polícia. Ele chegou no local pelo portão do fundo, no horário de almoço, e após uma discussão atirou na ex-mulher, Alessandra de Paula Leandro, 29, e nos pais dela, Levi Monteiro de Souza, 45, e Maria Aparecida Monteiro. Vizinhos escutaram os tiros e chamaram a Polícia. Alessandra e Levi morreram no local. Maria Aparecida foi levada para o Pronto-Socorro de Cuiabá, onde morreu 2 horas depois.
Policias foram à casa do suspeito e encontraram uma carta. Moacir escreveu que a culpa do crime era da ex-mulher e também da juíza, responsável pelo processo de separação do casal. Ele relatou que ambas fizeram ele passar humilhação e queriam roubá-lo. Uma funcionária da creche onde estavam os 2 filhos do casal na hora do homicídio disse que o assassino ligou para saber se as crianças estavam lá. A Polícia suspeita que ele tinha intensão de matá-las também.
Ele foi casado por 5 anos com Alessandra. A amiga da vítima, Rúbia da Silva, 29, disse que o relacionamento do casal não deu certo porque Moacir era muito ciumento. Ele acreditava que os pais de Alessandra tinham obrigado ela a deixá-lo e já havia prometido vingança, inclusive dentro do Fórum em uma audiência para resolver impasses sobre a pensão, divisão dos bens e também medidas protetivas, que foram solicitadas mais de 8 vezes pela vítima, segundo a amiga. Rúbia afirma que a pensão foi aumentada de R$ 207 para R$ 300 e que a casa, onde os 2 moraram, devia ser vendida e ter o dinheiro dividido entre os 2. "Ela falou que nem queria a casa, queria apenas ficar em paz com os filhos".
Um vizinho da família contou que há 6 meses o acusado entrou na loja de família, que fica anexa a casa, e bateu em Alessandra e na mãe dela. Na ocasião, ele pegou uma faca e colocou no pescoço da ex-mulher. Elas foram socorridas por um funcionário.
NA CADEIA
Depois de ameaçar a família da ex-mulher, desacatar e ameaçar por telefone o delegado e o escrivão plantonista, Marcelo Roberto de Oliveira, 37, foi preso em casa, no bairro Araés. Isto porque ele desafiou a Polícia a buscá-lo no que chamou de "minha fortaleza". O caso foi registrado no feriado de segunda-feira (7), depois que Marcelo invadiu a casa do avô da ex-mulher, onde ela está residindo com os 3 filhos do casal. Além de ameaçar os familiares dela, Marcelo é acusado de ter entrado em um dos quartos da casa e furtado um celular e outro equipamento eletroeletrônico digital.
O ex-cunhado dele percebeu o furto, depois que o acusado deixou a casa e fez as ameaças. O alvo da fúria de Marcelo é a ex-mulher C.R.N.C., 22, grávida de 4 meses e que vem se escondendo do marido, depois que se separou dele há 1 mês. Segundo ela, o casal tem 3 filhos. As crises de ciúmes, acusações de traições e ameaças, além de agressões constantes, motivadas pela embriaguez, fizeram com que ela deixasse a casa. No feriado, Marcelo buscou os 3 filhos menores do casal para passar o dia com ele. Mas além disso passou a procurá-la na casa dos parentes, acusando ela de estar traindo ele.
Depois da visita e das ameaças, a jovem procurou ajuda policial no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do bairro Verdão, pois queria que ele lhe devolvesse as crianças. Para espanto dos policiais, ao entrarem em contato com Marcelo, tanto o escrivão como o delegado foram ameaçados e afrontados por ele, que dizia que mataria a mulher e a família dela. Marcelo mandou inclusive que os policiais, se tivessem coragem, que fossem buscá-lo em sua "fortaleza".
Atendendo o pedido, uma equipe foi até o local e fez a prisão dele, que continuou fazendo as ameaças de morte à ex-mulher e a família dela. C.R.N.C., pediu medidas protetivas contra o acusado, que já esteve preso em 2 oportunidades e responde por crimes de furto e uso de drogas. A vítima viveu 8 anos em companhia do acusado. (SR)
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