Defensoria Pública de Mato Grosso conquista junto ao STJ direito de autodefesa de réu

Após ter negado, junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), um recurso de apelação em favor do réu D. F. dos Santos, acusado pelo crime de furto qualificado e falsidade ideológica, a Defensoria Pública do Estado recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e garantiu a absolvição pelo crime tipificado no art. 299 do Código Penal.

O assistido, em interrogatório à autoridade policial pelo crime de furto qualificado cometido na cidade de Rondonópolis, declarou outro nome durante registro do Boletim de Ocorrência e por isso foi indiciado pela prática do crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 299, do Código Penal. Ocorre que ele não atentou contra a fé pública e sim exercitou seu direito constitucional de autodefesa. Sob esse argumento o STJ acatou o recurso especial (1.180.492/MT) e D. F. dos Santos responderá apenas pela condenação de furto, explicou o Defensor Público de 2ª Instância, Márcio Dorilêo.

O Defensor esclarece, ainda, que o recurso interposto consolida relevante entendimento jurídico sobre o assunto. “Uma vitória como essa fortalece a convicção na preservação da garantia constitucional da autodefesa, ou seja, Justiça é dar a cada um aquilo que é seu, nem mais, nem menos. Se sobrar é injustiça, se faltar também é. O réu terá a pena que lhe cabe pelo crime que cometeu”, argumentou Dorilêo.

No acórdão, por unanimidade, a Defensoria Pública assegurou a absolvição do assistido pelo delito de falsidade ideológica, tendo o Ministro Felix Fischer justificado que “é atípica a conduta do réu que, diante da autoridade policial, atribui a si falsa identidade para evitar sua prisão. Por isso, o recurso especial da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso foi provido, uma vez que, a conduta do réu está inserida no seu exercício de autodefesa”, disse o relator.

Entenda o caso
D. F. dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público em maio de 2008, sob acusação de furto à Boate Apple, em Rondonópolis, onde teria subtraído equipamentos de informática e várias garrafas de uísque e vodka. Preso em flagrante delito, fora conduzido ao Cisc e durante registro do Boletim de Ocorrência declarou ao policial o falso’nome de Guilherme Fernando dos Santos.

Em dezembro do mesmo ano, o juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis condenou o recorrente à pena de 04 anos, 07 meses e 06 dias de reclusão, em regime semiaberto pelos crimes de furto e falsidade ideológica. A Defensoria Pública interpôs recurso de apelação e em outubro de 2009 foi negado pelo TJMT. A DPMT recorreu da decisão junto ao STJ e, no final do mês passado, o pedido foi acatado.

Veículo: Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MODELO DE ROTEIRO DE ABERTURA DE EVENTOS EM GERAL

TRAIÇÃO GERA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR ou DIREITOS NA RELAÇÃO EXTRACONJUGAL

Diferenças entre Conferência, Congresso, Fórum, Painel, Seminário e Simpósio