HOMENS PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Nesse dia 06 de Dezembro gostaria de fazer um post diferente. Falar sobre o Laço Branco é o que todo mundo vai fazer, mas não poderia deixar passar em branco os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Então segue o lacinho branco aí!



Acabo de ler um livro impactante que me abriu as portas para uma realidade lastimável e muito próxima de todos nós: o TRÁFICO DE PESSOAS. A obra foi organizada por Priscila Siqueira e Maria Quinteiro, editora Ideias & Letras. 

Escrito de forma didática e de leitura fácil, "Tráfico de Pe$$oas" fala de um tipo de violência que se baseia na desconstrução do outro como pessoa. Segundo informações contidas no livro, dos 32 bilhões de lucro gerados pelo tráfico de pessoas, metade dele, 15,5 bilhões de dólares ficam nos países desenvolvidos. A materialidade desse crime é muito difícil de ser provada e a pessoa traficada não se reconhece como vítima ou tem medo de expor sua situação.
A Organização Internacional do Trabalho, em seu relatório de 2005, afirma que cerca de 2,4 milhões de pessoas são traficadas no mundo. Dessas, 43% são vendidas para exploração sexual comercial; 32% para exploração econômica, além dos 25% de vítimas exploradas para os dois fins. Há ainda aquelas que são utilizadas para remoção de órgãos.
Citado inúmeras vezes, o protocolo de Palermo é objeto de análise criteriosa pelos autores que também fazem referência a outros instrumentos, mencionando que o Brasil é o único país do MERCOSUL que não ratificou a Convenção Internacional das Nações Unidas sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas Famílias, documento de 1990.
Marina Novaes no seu texto "A experiência do Centro de Apoio ao Migrante no Atendimento e o Contexto da Feminização das Migrações" aborda o fenômeno da feminização da migração numa perspectiva de gênero e traça um paralelo entre contrabando e tráfico.
Um capítulo foi destinado para o tráfico de travestis e transexuais e o resultado não poderia deixar de ser chocante.
Verdades vão brotando a cada página, como esta revelada por Mauri Kônig: "para o capitalismo a criança é um custo, não produz, e de alguma forma tem de justificar sua existência, seja como consumidor, seja como mão de obra." Este autor após percorrer 28 mil quilômetros ao longo das fronteiras brasileiras surpreende-nos contando histórias de algumas personagens matogrossenses como Rosemeri, que morava em Cuiabá e foi aliciada por uma cafetina para trabalhar em uma boate em Pedro Juan Caballero. Relata que a pesca nos rios do Pantanal já não é tão abundante como há uma década mas os turistas continuam a procura de chalanas...
Para quem é estudante, profissional com atuação no enfrentamento à violência contra mulher, mãe, filha ou apenas curiosa, leia!

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