É dever de um socialista lutar contra a guerra.

Transcrevo aqui parte da autobiografia de Alexandra Kollontai para refletir quem é Putin? O que ele representa?

"Para mim, a guerra era abominável, uma loucura, um crime, e desde o primeiro momento - mais fruto de impulso do que de reflexão - eu, interiormente, rejeitava-a e nunca pude conciliá-la com minhas ideias até este momento atual. A intoxicação por sentimentos patrióticos foi sempre algo estranho a mim; ao contrário, eu sentia uma aversão a tudo que fosse próximo do superpatriotismo. Não encontrei nenhuma compreensão para minha atitude antipatriótica entre meus próprios camarada do partido russo que também viviam na Alemanha. Somente Karl Liebknecht, sua esposa Sofie Liebknecht, e alguns outros camaradas do partido alemão, como eu, possuíam o mesmo ponto de vista e, como eu, consideravam que era dever de um socialista lutar contra a guerra. Triste coincidência, eu estava presente no Reichstag [parlamento alemão] no dia 4 de agosto, o dia em que os créditos de guerra foram votados. O colapso do Partido Socialista alemão golpeou-me como uma calamidade sem paralelo. Eu me sentia completamente sozinha e somente encontrava conforto na companhia dos Liebknecht. Com a ajuda de alguns amigos do partido alemão, pude sair da Alemanha com meu filho em agosto de 1914 e emigrar para a península escandinava. Saí da Alemanha não porque tivesse sentido qualquer manifestação de inimizade em relação a mim, mas somente pela razão de que sem uma esfera da atividade eu seria forçada a viver à toa nesse país. Estava impaciente em empreender a luta contra a guerra. Após chegar ao solo neutro da Suécia, imediatamente comecei o trabalho contra a guerra e pela solidariedade internacional da classe trabalhadora mundial. Um chamado às mulheres trabalhadoras encontrou seu caminho, por vias clandestinas, até a Rússia e outros diferentes países. Na Suécia, escrevi e discursei contra a guerra. Discursava em reuniões públicas, cuja maioria tinha sido chamada pelos mundialmente conhecidos líderes de esquerda do partido sueco, Zeta Höglund e Frederic Strön. Encontrei neles um eco puro das minhas ideias e sentimentos e juntamos forças em uma tarefa comum para a vitória do internacionalismo e contra a histeria da guerra

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