Garantia de direitos quilombolas é tema de formação para defensores públicos

Com a ideia de discutir com defensores públicos sobre os direitos adquiridos pelas comunidades quilombolas, a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), em parceria com a Defensoria Pública da União realiza o Curso de Capacitação Técnica para Defensores Públicos – Agenda Quilombola,  entre os dias 26 e 27 de setembro, em Cuiabá (MT). A atividade integra as ações alusivas ao Palmares 25 Anos. As inscrições devem ser feitas no site:http://www.dpu.gov.br/esdpu/agendaquilombola/programacao.php.
O curso, “A defesa das comunidades remanescentes de quilombo – marcos jurídicos” pretende reunir defensores públicos estaduais das regiões Norte e Centro-Oeste brasileiros, especialmente de cidades do interior, onde os conflitos quilombolas são recorrentes e o acesso a justiça ainda é um desafio. “A questão jurídica quilombola precisa ganhar as defensorias públicas, que são as instâncias mais acessíveis à população”, explicou Dora Bertulio, procuradora-geral da FCP – MinC.
“Por se tratar de direitos adquiridos recentemente e de povos culturalmente marginalizados, é fundamental discutir entre os defensores públicos questões relacionadas a propriedade dessas terras, interesse social, licenciamento ambiental dos quilombos, direitos sociais dos quilombolas, entre outros assuntos”, concluiu Dora Bertulio.
Este é o 4º Curso promovido pelas duas Instituições. Os anteriores ocorreram em Brasília e envolveram profissionais de todo o Brasil. Em 2012, o evento passou a se chamar Agenda  Quilombola. O propósito do projeto de Capacitação em Direito Quilombola FCP/DPU é fazê-lo itinerante e buscar o público nas diversas regiões do país, não somente para ampliar a cobertura jurídica na defesa das comunidades, mas também para potencializar o conhecimento sobre relações raciais, racismo e discriminação racial.
Certificação das Comunidades Quilombolas – A Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP) emite as certificações comprovando a origem da comunidade, desde 2003. Esse documento parte de uma vontade dos próprios moradores de se declararem quilombolas e, quando expedido, possibilita a inserção em políticas públicas, de educação, de saúde e de crédito. Atualmente, o acesso às políticas públicas e a regularização fundiária estão entre desafios enfrentados pelos quilombolas. Hoje, existem 2.278 comunidades certificadas pela FCP – MinC, 207 territórios já foram titulados pelo INCRA.
Desde 2008, a FCP também atua nos processos de licenciamento ambiental realizado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e órgãos estaduais ambientais. Quando empreendimentos causam interferência direta em comunidades tradicionais quilombolas, a Fundação se manifesta sobre a necessidade de preservação deste como patrimônio cultural negro, acompanha as atividade de mitigação do impacto e realiza consultas públicas com os moradores. Atualmente, a Fundação Palmares está acompanhando mais de 300 empreendimentos em todo o Brasil, em cerca de 950 comunidades.
Quilombolas do Brasil – De acordo com o relatório 2012 do Programa Brasil Quilombola, o país conta 1,17 milhão de quilombolas, divididos em 214 mil famílias. Cerca de 90% se autodeclaram negros. Do total de comunidades certificadas, 63% está localizada no Nordeste brasileiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MODELO DE ROTEIRO DE ABERTURA DE EVENTOS EM GERAL

TRAIÇÃO GERA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR ou DIREITOS NA RELAÇÃO EXTRACONJUGAL

Diferenças entre Conferência, Congresso, Fórum, Painel, Seminário e Simpósio