TRÁFICO DE PESSOAS: MT TEM 3 MODALIDADES
Fonte: a Gazeta (22.10.13)
Mato Grosso está entre os estados
fronteiriços do país com os maiores índices de tráfico de pessoas. Pesquisa da
Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Jutiça (SNJ/MJ) revela que de
2005 a 2011, 475 pessoas foram traficadas no Brasil. Destas, cerca de 70% foram
vítimas de exploração sexual.
Considerado um dos “estados de trânsito”, por ser
rota de entrada e saída de aliciadores, Mato Grosso consta em diversas
modalidades do tráfico de pessoas, entre elas
a do trabalho escravo, exploração sexual e tráfico de crianças e adolescentes
para servidão doméstica.
Realizado por meio de uma parceria entre a SNJ/MJ, o
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e o International Centre
for Migration Policy Development (ICMPD), a pesquisa “Diagnóstico Sobre Tráfico
de Pessoas nas Áreas de Fronteira no Brasil” apresenta um panorama geral a
respeito das atividades ilícitas relacionadas ao tráfico de pessoas no país.
De
acordo com o estudo, há no Brasil 240 rotas de tráfico em 19 estados e no
Distrito Federal. Localizadas, geralmente, em cidades próximas a rodovias,
portos e aeroportos, estas rotas são caracterizadas por serem pontos de fácil
mobilidade e fuga dos aliciadores.
Membro da Comissão Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de
Pessoas de Mato Grosso, Arlete de Oliveira explica que a localização geográfica
do Estado é um grande facilitador da ação de grupos criminosos. “Além de fazermos
parte da região de fronteira do Brasil, também estamos no centro do país, sendo
porta de entrada e saída para os demais. Isso faz de Mato Grosso rota de diversas
outras modalidades de tráfico, além de pessoas”.
Arlete, que também é professora
do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), conta que o tráfico de pessoas faz parte de um conjunto de atividades que
envolve ainda o tráfico de drogas e armas. “No caso das mulheres que são
levadas para outros países como escravas sexuais, chegando lá acontece delas
serem obrigadas não só a consumir a droga, como também trabalharem para
traficantes. E assim, uma modalidade atua em conjunto com a outra”.
Em Mato
Grosso, segundo a pesquisa, as vítimas de exploração sexual são, em sua
maioria, adolescentes e mulheres saídas de Cuiabá, Cáceres (225 a oeste da
Capital) e municípios menos desenvolvidos da região. Elas têm como destino a
região norte do Brasil, em estados como o Pará, de onde são traficadas para
países da Europa. “São adolescentes e mulheres atraídas por uma melhor condição
de vida. Geralmente elas são oriundas de famílias de baixa renda, com pouca ou
nenhuma escolaridade, além de estarem em situação de vulnerabilidade social
constante”. Arlete cita os mecanismos que são criados pelos aliciadores e traficantes
para que as vítimas não consigam mais retornar à sua cidade. “Todos os direitos
dessa pessoa lhe são retirados e ela passa a levar uma vida de escravo. São
criadas dívidas em seu nome e, infelizmente, ela não tem como fugir”.
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