Agressor da lei Maria da Penha será monitorado pela tornozeleira e botão de alerta

A corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Erotides Kneip, assinou na tarde do dia 30 de março, o Provimento nº. 7/2015–CGJ que regulamenta o monitoramento eletrônico do agressor de violência doméstica e familiar contra a mulher e seus familiares, bem como utilização do botão de alerta pelas vítimas. Esse ato encerra a programação da campanha Justiça pela Paz em Casa em Mato Grosso, realizada com objetivo de promover atividades voltadas à pacificação social, com foco na paz dentro dos lares e no combate à violência doméstica.
“O Judiciário tem a missão de levar a paz para as famílias e procedimentos normativos como esse nos auxiliam a cumprir com a nossa função. O uso das tornozeleiras eletrônicas aliado ao botão de alerta vai realmente salvar vidas”, afirmou a desembargadora Maria Erotides. A corregedora salienta que a medida será adotada em situações necessárias e que não caiba prisão do agressor. “O uso dos equipamentos evita que a pessoa seja presa desnecessariamente. Além disso, não priva o agressor de poder trabalhar, ter uma renda e, ao mesmo tempo, garante a segurança da vítima”.
Maria Erotides explica que o botão de alerta dispara caso vítima e agressor se aproximem, e a central de monitoramento faz contato com os dois para que se distanciem. “O alerta funciona a partir da aproximação entre eles, independentemente da vontade da vítima. Caso o agressor insista, ele será encaminhado à presença da autoridade policial e, dependendo da circunstância, perderá a liberdade”, relatou.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paulo da Cunha, reitera a importância de investir no uso das tornozeleira. “O monitoramento eletrônico apresenta resultados positivos e por isso é importante investir nessa boa prática que, segundo dados do núcleo de execuções penais, apresenta um índice de reincidência de 1,5%. Esse número nos incentiva a continuar”, observa.
Para a vice-presidente do TJ-MT, desembargadora Clarice Claudino da Silva, a assinatura do provimento representa um marco. “A iniciativa tem um peso especial e esse momento tem que ser muito comemorado por nós mulheres. É bom saber que muitas mulheres poderão fazer uso desse instrumento e se libertar da subjugação que é tão penosa”, defendeu a magistrada, acrescentando que, apesar de haver leis específicas, os índices de homicídio e violência contra a mulher ainda são preocupantes.
“Essa ferramenta tecnológica chegou para ficar e precisamos ter isso como uma prática rotineira, uma medida de política criminal que incentive a otimização da utilização das vagas do sistema prisional”, finalizou o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Márcio Frederico de Oliveira Dorilêo, destacando a integração entre os poderes para atender à perspectiva de um estado constitucional e cooperativo.
Números – Atualmente 1104 reeducandos utilizam a tornozeleira eletrônica em Mato Grosso, sendo 617 somente em Cuiabá e Várzea Grande. Desse total, apenas 18 pessoas voltaram a cometer crimes e foram presas novamente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MODELO DE ROTEIRO DE ABERTURA DE EVENTOS EM GERAL

TRAIÇÃO GERA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR ou DIREITOS NA RELAÇÃO EXTRACONJUGAL

Diferenças entre Conferência, Congresso, Fórum, Painel, Seminário e Simpósio